sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dear Catastrophe Waitress

"Dá o play, Maca" (Cruj)


Dias atrás Ela olhou pra mim e falou: “Eu não sei porque eu gosto de você.”

Aquilo ficou na minha cabeça. Como assim não sabe? E eu pensei nisso um tempo e cheguei à conclusão que eu também não sei. Tinha tudo para dar errado. Deu errado muitas vezes. Mas é o que dizem: Deus escreve certos por linhas tortas.

Vejamos: a gente se conheceu dia 8 de agosto. 8/8. Oito é o símbolo do infinito em pé. Infinito sobre infinito. Dois infinitos que se cruzaram naquela fria noite de quarta-feira. Fomos assistir “Planeta dos Macacos” separados. Saímos de lá juntos. E até hoje estamos.

Nesse meio tempo passamos por 4 faculdades, uma dúzia de relacionamentos, 1 mestrado, 2 pós, 3 enterros, 1 filha... a matemática vai longe. E vai para bem longe! Ela desistiu de Física. Eu desisti de Engenharia. Da matemática, só o infinito.

Infinitas são as lembranças: as tardes no shopping Total; o sorvete na testa; a festa surpresa; o réveillon em Copa; a tarde no Bosque Alemão; o Encouraçado Potemkin; o Pub; a primeira balada GLS; o show do Engenheiros; o choro no Retorno do Rei; a lavagem da locadora; os tapas; os abraços; aquele affair que a gente achou que podia ter depois de anos de amizade; os sabres de luz improvisados para assistir Star Wars; explodindo o coração com o Salgueiro na München; etc. A lista é incontável.

Incontável também foram as brigas! Ah, como foram... Felizmente delas a gente esquece, supera e lembra que um dia houve algo, mas não se sabe exatamente o quê e nem de quem foi a culpa. Afinal, pra que lembrar coisas ruins se tem tanta coisa melhor para ser lembrada?

A vida segue. Uma década passa, algumas torres caem, o São Paulo é tri, eu sou jornalista e Ela é Mestre.

Ela é MEU mestre, meu porto seguro e nela eu confio cegamente. A quantos podemos dizer isso? Hoje a gente se despediu. Ela chorou, eu não. Ela sempre foi a mais forte. Hoje eu vi que era minha vez.

De volta ao Planeta dos Macacos: naquele dia Ela falou uma frase que eu nunca esqueci: “Desculpa eu estar falando muito, mas fã de Senhor dos Anéis eu considero amigo de infância”. Ouso dizer que nossa amizade não é de infância. É de outros tempos. É do infinito.

E nenhuma distância irá separar dois infinitos.

2 comentários:

  1. Só podia... Lindo, lindo, lindíssimo... Dá pra sentir quando as coisas e as pessoas são de verdade.
    Beijão

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  2. Um dos textos mais lindos. Sobre duas das pessoas mais lindas.
    Eu fico feliz por ter a honra de ter conhecido vcs dois, seus infinitos.

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©2007 '' Por Elke di Barros