segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pipoca Tunada

Em 2001, "Velozes e Furiosos" fez um sucesso inesperado. Ao misturar carros tunados, muito hip hop e mulheres gostosas, a fórmula tinha vários ingredientes que agradam a molecada em busca de ação. O filme fez tanto sucesso que gerou duas continuações. "+ Velozes e + Furiosos" (2003) repetia a mesma fórmula do anterior e "Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio" (2006) transferiu a ação para a capital nipônica (e trocou todo o elenco).

"Velozes e Furiosos 4" vem sendo vendido como a verdadeira continuação do filme de 2001. Justamente por reunir o elenco original (Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster), o apelo deste quarto filme é imenso. A bilheteria da estreia nos EUA comprova isso. Foram 72 milhões de dólares em apenas três dias. Além de lá, o filme estreou simultaneamente em outros 32 países, incluindo o Brasil. E, milagrosamente, Ponta Grossa.

E vale a pena? Depende. A fórmula "carros + hip hop + mulheres" está lá, mas falta o charme do filme original. Vin Diesel é canastrão. E tentar tirar algum pingo de atuação dele é perda de tempo. Ele e Michelle Rodriguez tentam dar uma dramaticidade desnecessária ao filme. Jordana Brewster faz um papel ridículo, aparecendo pouco. O único que parece que sabe que o filme não merece ser levado a sério é Paul Walker, que está à vontade em seu personagem pela terceira vez.

A história é capenga. Depois de anos de crimes e corridas, Dom (Diesel) resolve parar por medo de represália. Ele se separa de Letty (Rodriguez) e se isola no Panamá. Tempos depois, precisa voltar a Los Angeles e acaba iniciando uma caçada vingativa contra um tal de Braga, que faz a linha do tráfico México-EUA com auxílio de pilotos de corrida. Além disso, o policial Brian (Walker) participa duma investigação para desmantelar o grupo de Braga.

O fiapo de história (de toda a série) é apenas uma desculpa para descarregar intensas cenas de ação e corridas inacreditáveis. E nesse ponto o novo filme falha, já que apenas uma corrida vale a pena: aquela que acontece no centro da cidade para escolher o novo piloto de Braga. As corridas no deserto são muito escuras e, além disso, usa-se duas vezes uma corrida por entre túneis rochosos. Além de ser repetitivo, é uma corrida previsível. O espaço restrito não permite malabarismos por parte dos pilotos.

E, apesar do filme ser clichê e previsível, a sua tosquice está exagerada. O roteiro é sofrível demais, com situações tão absurdas que beira o inacreditável. Um exemplo? Logo depois de esconder uma carga contrabandeada num pátio da polícia (AHN????), Dom e Brian roubam um carro de dentro do mesmo pátio (AHN???). Como ninguém vistoria a carga? Como eles saíram com o carro de lá?

Para quem gosta da série, é capaz de agradar. Tem muitos defeitos, mas a química entre Diesel e Walker é algo que vale a pena. Além disso, a primeira cena do filme já vale o ingresso. Se o clima divertido dessa cena fosse mantido durante todo o resto, teríamos um pipocão tunado da melhor qualidade.




















Dom: "Como nos velhos tempos"

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©2007 '' Por Elke di Barros